PIX no e-commerce, vai decolar?

O PIX um formato de pagamento instantâneo e está em vigor há pouco mais de 4 meses aqui no Brasil. 

Ele chega possibilitando transferência durante todos os dias do ano, 24 horas por dia, de maneira rápida e segura. 

Antes de tudo, como está acontecendo o ingresso do PIX no e-commerce?

Então, vamos entender um pouco mais como funciona esta nova modalidade de pagamento e entender quais são seus impactos no universo das compras online.

Formas de pagamento atuais

Atualmente é possível realizar compras online com algumas formas diferentes de pagamento, como boleto bancário, cartão de crédito, cartão de débito e carteiras digitais ou wallets.

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De acordo com estudo realizado em janeiro encomendado pela IDid e realizado pela GMattos, respectivamente, plataforma de autenticação de pagamentos e consultoria focada em e-commerce e meios de pagamentos, o PIX está em ritmo lento.

Foram analisados os 60 maiores players de vendas online e foi constatado que o cartão de crédito é a forma de pagamento mais utilizada com 98,3% de aceitação pelos lojistas, atrás dele temos o boleto bancário com 75%. As carteiras digitais, ou wallets, estão em terceiro lugar com 50% e em quarto lugar, com 38,3%, está o pagamento com cartão de débito

E o PIX? Somente 16,7% dos estabelecimentos observados dão a opção de pagamento através do PIX. Menos da metade do que temos de pagamento com cartão de débito. Ainda é bem baixa a oferta de pagamento em PIX.

Benefícios do PIX

O intuito é aprimorar a experiência do usuário, tanto dos compradores quanto dos e-commerces. Com a implantação do PIX é mais uma opção de realizar transações, além das existentes como TED, DOC, boleto, cheque e cartões. 

Ou seja, agora os compradores têm mais possibilidades para efetuar suas compras. E como funciona o pagamento por PIX? Ele pode ser feito nas seguintes modalidades:

  • entre pessoas;
  • entre pessoas e estabelecimentos comerciais (EC)s, incluindo comércio eletrônico;
  • entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedores, por exemplo;
  • para transferências envolvendo entes governamentais, como pagamentos de taxas e impostos;
  • pagamentos de salários e benefícios sociais e de convênios e serviços.

Pensando em benefícios, do ponto de vista dos lojistas, haverá uma diminuição no número de intermediários na cadeia, reduzindo custos. 

Também terá uma otimização de gestão de fluxo já que não haverá necessidade de segurar estoque (como nos casos da espera de aprovação de boleto). Outro ponto é a rapidez de checkout, dentro dessa otimização da rapidez do pix.

Ou seja, o PIX tem um impacto positivo em relação a praticidade para adquirir um serviço ou um produto de forma imediata. 

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Mas se engana quem pensa que é mais uma concorrência na modalidade de pagamentos. Ele vem mais para somar nas opções de compra e venda entre consumidor e fornecedor. 

Afinal, ele não concorre com os cartões de crédito (à vista ou parcelado) que têm seus prazos de pagamentos próprios, sendo favoráveis para os compradores.

Impasses do Pix no e-commerce

Uma das dificuldades que os comerciantes podem encontrar ao implantar o PIX nas vendas online está relacionado ao estoque. 

Por ser uma compra imediata, depende da confirmação de estoque, além da análise de risco da confirmação do pagamento e comprometimento da conta do cliente.

Por outro lado, compra realizada no cartão de crédito conta com uma plataforma tecnológica de autorização padronizada com pré autorização e captura.

Pode ocorrer do consumidor finalizar a compra via pagamento instantâneo e a loja não ter mais o produto em estoque. Sendo assim, a loja precisa devolver o dinheiro ao cliente e pode correr o risco de perder a venda.

As transações feitas no pix podem ser devolvidas. O recebedor é quem deve iniciar o processo de devolução. Na transação de pessoa para pessoa é mais simples.

Entretanto, entre pessoa e empresa não é tão funcional como em compras feitas através de um cartão de crédito, mas é possível de realizar também.

Então o PIX no e-commerce é atrativo?

Foi realizado um estudo com dados da ABECs apresentado em 2020 dizendo que mercado de cartões (crédito, débito e pré-pago) fechou 2019 com um volume de R$1,8 Trilhão transacionado.

Do valor total, um pouco mais de 60% é em crédito parcelado. As transações realizadas no débito representam 37%. E o que isso representa?

  • 80% dos usuários usam cartão de crédito nas compras online;
  • compras não presenciais já representam 20,5% do total movimentado pelo cartão de crédito;

Então, visando que o pagamento por débito (cartão ou boleto) ainda tem vários fatores a serem superados como a demora em relação ao pagamento feito via boleto e a resistência e transações pouco amigáveis no cartão de débito em transações online, o PIX é sim um atrativo para o comércio eletrônico.

Por fim, é uma forma de pagamento sem muitos atritos para o consumidor e não tem custos abusivos aos ECs. Uma forma segura e efetiva para os lojistas brasileiros aumentarem suas vendas à vista através do PIX.